O Congresso de Refundação do Partido Comunista

Tlahui-Politic 9 I/2000. Información enviada a Mario Rojas, Director de Tlahui. Brasil, a 16 de Marzo, 2000. BRASIL: M5J: Editorial INVERTA n° 241 de 15 a 20/03/2000. O Congresso de Refundação do Partido Comunista.

O Congresso de Refundação do Partido Comunista representa um acontecimento histórico culminante na luta dos comunistas revolucionários brasileiros pela construção de um partido verdadeiramente revolucionário e pela revolução comunista em nosso país.

É um acontecimento histórico culminante, porque se realiza dentro de uma conjuntura especial no Brasil e no mundo. Uma conjuntura em que se observa claramente o aprofundamento da crise geral do sistema capitalista constituindo as condições objetivas necessárias para uma revolução.

A crise geral do sistema é resultante da lei geral da acumulação capitalista, que no estágio imperialista, leva ao paroxismo o processo de decomposição e parasitismo financeiro das oligarquias sobre o proletariado e as massas exploradas, aprofundando a contradição entre o capital e o trabalho, decuplicando a miséria, a fome, o desemprego e as torturas do trabalho daquele que produz seu próprio produto como capital.

Historicamente, a crise geral do capital se manifestou como resultado de uma nova correlação de forças no plano internacional da luta de classes entre o proletariado e a burguesia. A queda do campo socialista e da URSS desestruturou a organização subjetiva da classe operária no plano internacional, e isto constitui uma conjuntura favorável para a classe burguesa, em especial, suas oligarquias que prontamente avançaram sobre as conquistas históricas dos trabalhadores em todo o mundo através da sua política econômica neoliberal.

Mas, dialeticamente, a vitória da contra-revolução rapidamente constituiu uma nova situação objetiva no mundo capitalista. A política econômica neoliberal da contra-revolução, ao avançar sobre a propriedade estatal, ao avançar na desregulamentação das leis trabalhistas e na flexibilização da jornada de trabalho, utilizando-se da base técnico-científica desenfreadamente não somente provocou um crescente movimento de protestos dos povos explorados, nos países dependentes e neocolonizados (tanto nestes países) como nos países centrais do sistema. Deste modo, em toda a parte e por toda a parte, assiste-se ao reflorescimento da luta operária e das massas exploradas contra o capital e o imperialismo. Uma luta que como diz Marx, no Manifesto Comunista de 1848 - "Aqui e ali se transforma em motim".

Portanto, a conjuntura atual é especialíssima, porque expressa um momento em que, historicamente, as transformações subjetivas lutam através de inúmeras iniciativas da classe operária e massas exploradas, para acompanharem e se harmonizarem com as transformações objetivas. E o que é esta luta e esta harmonia, senão justamente a luta pela refundação da organização subjetiva da classe operária, - o Partido Comunista - que foi minada e destruída barbaramente pela contra-revolução burguesa e seu aparato de repressão, em todo o mundo durante o período de Guerra Fria?

Assim, o Congresso de Refundação do Partido Comunista, mais que um processo de culminação política de um movimento revolucionário particular ou limitado a um processo interno de luta de partido, constitui-se, sobretudo, na culminação de um movimento histórico de ruptura com os equívocos, com as estratégias e a táticas direitistas que dominaram o movimento comunista no Brasil nas últimas seis décadas e que o levou ao fracasso e ao esfacelamento diante do embate com o inimigo de classe. E se não fosse por esse caráter histórico de nossa luta, iniciada na década de 60 e retomada na década de 80, com o retorno ao país dos comunistas revolucionários do exílio, seria pelo resultado geral a que chegou a completa falência da estratégia e da direção direitista do partido até então, como nos comprova a "Carta aos Comunistas", lançada por Luís Carlos Prestes e a sua saída do partido.

Deste modo, seja em decorrência da conjuntura de crise geral do sistema e da conseqüente crise revolucionária que lhe acompanha, objetivamente, exigindo do proletariado uma ação revolucionária histórica, que só poderá realizar na medida que refunde o seu Partido Comunista; seria, por outro lado, pelo próprio resultado a que chegou a luta interna do partido entre suas várias correntes, em decorrência de uma estratégia e uma direção errada e direitista; portanto, o Congresso de Refundação do Partido Comunista sob a base de princípios do marxismo-leninismo é a culminação histórica de um ciclo da luta de classe em nosso país em consonância com o processo histórico mundial.

A Refundação do Partido Comunista é o fator subjetivo que falta à conjuntura de crise revolucionária para que ela deságüe numa revolução.

E se ela é o fator subjetivo que reclamam as massas e impulsiona a luta da classe operária pela revolução comunista no Brasil, então a refundação do partido é a tarefa histórica, principal e urgente, para os comunistas revolucionários brasileiros. Sendo assim, parafraseando nosso amigo, Oscar Niemeyer, ousamos afirmar: "Quando a vida se degrada e a esperança foge ao coração dos homens, só a refundação".

Viva o Congresso de Refundação do Partido Comunista (Marxista-Leninista)!

Salve a luta internacional da classe operária!

Viva a Revolução!

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